quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Prenda a respiração, feche os olhos e mergulhe fundo

Já não era sem tempo de atualizar meu blog novamente!
Fico tão contente quando me pedem para atualizar, finalmente percebo que há realmente alguém lendo-o! Tira essa sensação de estar escrevendo por escrever.
Trabalhos da faculdade como de costume me afastaram da ação atualizadora para o blog, ainda não decidi sobre o que escreverei nesse post, entretanto vale a iniciativa.
É, meus caros, um final de semestre se aproxima e - com ele - suas características dores de cabeça e toneladas de trabalhos. E é numa situação dessas que me recordo em como eu ando vivendo em função da faculdade desde que entrei, não ando me atualizando nos assuntos gerais, me especializando de tal forma que parece que perdi um polco o quesito de "cultura geral" que nos era tão exigido durante o colegial para as redações vestibulandas.
Era um tempo bacana mesmo apesar de todos os pesares, estudar várias matérias que não se gostava sem propósito algum apenas para acertar determinada questão para assim ver se consegue pontos suficientes para mostar que você está apto a ingressar em determinada instituição de ensino superior. Um tanto pesado para alunos de dezessete anos, não? Sempre foi. Paciência.
Voltemos ao assunto-destaque: durante o período de redações semanais nos era cobrada uma dose de conhecimento atual fantástica e eu sou muito grato a isso, se houvesse uma eleição - por exemplo - no ano que prestei vestibular, tenho certeza absoluta de que votaria mil vezes mais consciente uma vez que nem prestei atenção em nenhuma propaganda eleitoral esse ano.
O fato-chave que desencadeou isso foi eu não ter televisão na minha kitinete de Bauru, bom até tenho, mas não interessam os pormenores a vocês, caros leitores, não os encherei de informações pessoais do autor uma vez que já estou pedindo muito de vocês por já estarem lendo essas linhas. Voltando novamente (poxa! como eu devago quando escrevo direto os posts sem fazer rascunhos...) o fato é que cada um em seu determinado curso de faculdade recebe uma carga tão grande de informações a respeito do que está se especializando que passa a enxergar o mundo de forma completamente nova. Não posso precisar essa informação com relação aos cursos exatos, porém os humanos o são.
Ando convivendo bastante com alunos de audiovisual e como exemplo cito como é impressionante o fato de que eles não conseguem mais ver um filme "tranquilamente" sem que involuntariamente já passem a analizar o mesmo de forma técnica. O mesmo acontece com a arquitetura, no meu caso, não se pode mais entrar em determinado espaço sem prestar atenção em todas as suas mais diversas características, sem ficar tirando conclusões a respeito de como a luz atua, questões acústicas, questões estruturais... É um tanto enlouquecedor de fato.
Imagino então profissões mais amplas como ciências sociais; deve-se ver o mundo como uma grande gama de políticas diversas, seus resultados e as interações humanas em intermédio... Viajei?
Só estou soltando o tema para que nos comentários possa dialogar depois em um próximo post, quem sabe. Talvez isso me sirva como incentivo para atualizar com mais frequencia.
Engraçado nisso tudo é como nos desvinculamos de certos assuntos que não fazem mais parte do nosso dia-a-dia; tenho certeza por exemplo, que os estudantes cursinho-colegiandos estão carecas de saber todas as "novas" ortografias remanecentes do acordo dos países de língua portuguesa de alguns anos atrás, eu ainda estou alheio a isso tudo. Não faço nem idéia de como será quando eles forem exigidos, vou me sentir um velho escrevendo "Anphitheatro". Ontem mesmo estava engasgado com uma questão fisico-matemática na faculdade e quase gelei de pensar que a mesma iria cair em uma equação de segundo-grau. Quem diria... O aluno que sempre tirou 10 de matemática não lembrando sequer como se faz Báskara.
Para os poucos que talvez estejam lendo esse post e que ainda estão na fase vestibulanda eu torno a afirmar: vocês nunca mais terão dose tão alta de conhecimentos gerais como estão tendo agora. Preparem-se para mergulhar de cabeça em um assunto específico do curso que estão pretentendo passar e... Enjoy it, muchachos.
Mas é uma delicia tudo isso, ninguém merece continuar como na letra da música dos anos 80: "eu sei de quase tudo um pouco... e quase tudo mal", especializem-se.
A todos os que leram o post...
Muchas Gracias :D
(...) e peço para que comentem, assim posso me guiar se ando agradando ou não nos meus textos... Abraço a todos.

3 comentários:

Anônimo disse...

Humanidades sao sempre tao amplas e subjetivas (antítese) que você comeca a enxergar um impacto em cada cantinho. Tem suas partes boas: você aprende a viver. Só que viver, na verdade, é meio instintivo, entao sabe-se-lá que jeito estao querendo te ensinar. É bom saber um pouco de cada coisa. E é bom saber bem alguma coisa. Resta saber como chegar nisso. E afinal: quem te diz que você sabe bem alguma coisa?

Beijo, beijo.

Anônimo disse...

Parece que o comentário anterior foi da Mayara..

Deivid de Joras disse...

Bom, foi uma feliz surpresa esse teu post, pois é algo que venho conversando comigo mesmo por muito tempo.
Não tive a oportunidade de te contar que estudo Ciências Sociais, e realmente vejo o mundo por outro prisma bem diferente de como o via anteriormente, e não só sob ângulos políticos e relações de poder, como as relações inter pessoais e a cada dia o aumento da certeza de que realmente o mundo é regido pelo 'duo' Ação-Reação. Não vejo mais as pessoas como apenas seres viventes mas como parte de algo maior, de uma rede em que todos fazemos, nos relacionando em ajudas mutuas. É uma rede de ações.
E sim, é um pouco enlouquecedor! Por acabamos por querer buscar os porque, entender os atos alheios e tudo isto nos despindo de qualquer valoração destes atos, sem tomar partido, enquanto análise, nos livrando de todo pré-conceitos que possamos erroneamente ainda possuir. No fim, tudo isto faz parte de uma busca de nós mesmos. Graças a Deus!
Como é bom, como sou feliz por tudo isto. Como é bom ver, perceber e refletir como o próximo vê o mundo!
E, pra terminar,este ano me afastei da faculdade de artes cênicas que cursava, pra me dedicar as Sociais, e é muito dificil ver um espetáculo, filme ou instalações de arte sem fazer análises técnicas mesmo. E isto, pra quem é alheio as nossas ocupações, pode parecer em primeiro momento que estamos julgando o trabalho dos outros, mas que fique bem claro que não é, são apenas observações que fazemos nos trabalhos para assim tirarmos o melhor e aprendermos com eles.
Enfim, já me estendi em demasia.
Obrigado por compartilhar um pouco de ti conosco cara.